segunda-feira, 2 de junho de 2014

Copa e a imprensa fazendo o povo de trouxa

Após todas as trapalhadas e as suspeitas óbvias de superfaturamento, a Copa está prestes a começar, e a imprensa, que antes tentou apoiar as manifestações para "ficar bem com a opinião pública", agora conclama a todos a "curtir a Copa", pois o que foi feito já foi feito e "os jogadores não tem culpa de nada, portanto temos que fazer uma festa bonita agora, e protestar nas urnas depois".

Mas isso é óbvio. A imprensa sempre foi a favor da copa, custe o que custar. Porque a Copa do Mundo sempre foi um grande negócio, uma chance de alavancar a audiência às custas de um fanatismo bobo por um esporte. Uma boa oportunidade de vender enormes cotas de patrocínio, de rechear a programação com besteiras sobre a Copa e colher os lucros.

Por isso, agora o foco vai ser em falar o máximo possível sobre a copa, os jogadores, o técnico, os adversários, e tudo mais que não interessa. Quem gosta disso é o governo, que pode deitar e rolar em cima dos incautos, cujas atenções estão totalmente monopolizadas por jogos de futebol e baboseiras.

Ou seja, o governo e as grandes empresas já defenderam seus interesses com a realização da Copa. A imprensa também está garantindo sua parte. E você, vai ficar aí que nem bobo, baixar a cabeça e seguir exatamente o que a imprensa está mandando você fazer?

Já vai tarde

Joaquim Barbosa anunciou a aposentadoria. Já vai tarde.

O problema da aposentadoria do Joaquim Barbosa é que provavelmente seu substituto será alguém pior. Será alguém escolhido a dedo para proteger os criminosos de colarinho branco, membros ou aliados do governo, que possam ser processados no futuro. Quanto à justiça pro cidadão comum, ninguém liga.

O verdadeiro legado de Joaquim Barbosa foi mostrar para o Brasil inteiro que o STF é um lugar de indivíduos orgulhosos, corporativistas e totalmente desconectados da realidade brasileira. Em seus arroubos de rispidez, Joaquim Barbosa mostrou que a preocupação de seus colegas não era com o argumento utilizado pelo ministro, mas com a forma utilizada por ele. Pois o STF quer ser um colegiado de pessoas que se julgam acima do bem e do mal e que, a despeito de eventuais desavenças de opinião, vivam se dando tapinhas nas costas e se tratando como deuses sagrados.

Quanto à atuação jurídica de Joaquim Barbosa, ele é igual aos outros, que votam de acordo com suas preferências pessoais e ficam fazendo discursos de horas em linguagem rebuscada para fingir dar um embasamento legal. Logo, não deixou legado nenhum.