terça-feira, 26 de junho de 2012

O povo gosta mesmo é de fofoca

488 assassinatos na cidade de São Paulo desde o começo de 2012. Ninguém se importa.

Exceto um assassinato. Por todos os lugares, você vê pessoas preocupadas com o caso do assassinato do executivo Marcos Matsunaga, da empresa Yoki, por sua então esposa Eliza. Como uma novela ou um reality show, as pessoas vivem à procura de detalhes sórdidos sobre a forma como o crime foi cometido ou sobre o que acontecia no relacionamento dos dois. Disuctem motivos para o crime. Alguns defendem a assassina e condenam o assassinado. Outros usam o passado da autora do crime para julgá-la.

Na verdade, esse é apenas um crime irrelevante. Foi um crime familiar, cuja assassina confessa já se encontra presa e não há motivo nenhum para que as pessoas se interessem por ele. Já os outros 487 mortos, alguém sabe alguma coisa sobre eles? Sabem os motivos? Sabem quem foi o assassino ou o assassinado? Sabem se o criminoso já foi preso?

Provavelmente nem 10% dos assassinos foram presos. E, provavelmente, a grande parte desses assassinatos ocorreu durante tentativas de assalto, ou trocas de tiros com policiais. Ou seja, é com esses crimes que a população deveria estar preocupada. Pois elas podem vir a serem as próximas vítimas desses assassinos que continuam soltos cometendo seus crimes.

Mas ninguém importa. Todo mundo só quer saber do chamado "caso Yoki". Porque o povo está pouco se lixando pra segurança pública ou a sociedade violenta em que vivemos. O povo gosta mesmo é de fofoca.

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